sábado, 28 de março de 2015

Criatividade humana



Se somos unidades de "autopertenção", seres únicos que se pertencem apenas a si mesmos, porque nos damos a alguém e desejamos outros? A posse de alguém ou de algum sentimento é a unica coisa que permite a perda ou o desgosto de amar mais do que se é amado, então porquê? Palavras e imagens de energia melancólica que nos drogam sem perdermos a consciência... Provavelmente será esta a sensação de se estar apaixonado ou apenas o medo de perder aquilo que nunca foi encontrado por puro desgosto ocasional, talvez nunca tenha encontrado o seu coração, e talvez por isso não a ter feito "perder-se"... Porquê a complicação de uma mente não saber sempre o que está mais apto de se escolher ou gostar? Que pensamentos ensurdecedores e dormentes que não deixam não pensar. Provavelmente por a mente ser mentirosa ou o coração não ver nos deixamos ir sem decorar o caminho do voltar e nos sentimos perdidos sem percebermos onde fomos, porque fomos ou como nos abandonamos...

"Escravo da tua imagem..."


sábado, 1 de março de 2014

Passagem de vento

Vento que circula o total de tangencias existentes, acabando por tanger o comum de mim mesmo. Parecença de algo contemporâneo a tempos passados que na volta do todo circunda na finitude de cada volta o mesmo conjunto de elementos sensoriais colocados inevitavelmente num fio que se move ao sabor de cada passagem de vento.  O desvendar de emoções a cada passagem de vento que no abanar de fio motiva o regresso partido de um conjunto de memórias, convencendo-me a querer evadir-me do sentido racional do dia-a-dia comum, incomum àquilo que antes não se dava o nome de “memórias”.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Ponto e vírgula


Voz que chama e invoca sem carta ou formalidade respeitando todo o romantismo sem qualquer forma de visão realista transportando tudo o que existe para fora daquilo que é o conforto. Um vendo de um novo centro habitacional onde ao que parece nesta altura vou permanecer, inclinando o maior declive e deixando o plano que antes existia sem qualquer perspectiva possível de interpretação racional.
Esvazia aquilo que antes já não existia substituindo-o por algo antigo que se torna agora novamente novo vivido de outra forma mas ao mesmo tempo semelhante ao que outra hora já foi. Como uma onda de som, penetra a minha cabeça impedindo-me de tapar os ouvidos dos pensamentos silenciosamente barulhentos numa escura luz que me encadeia numa música que se repete afinando a seu modo tudo o que meu é e dela pertence.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Bloquear (de)mente


Este bloquear de mente que não me deixa estar como gostava de me poder apresentar a mim mesmo, estas virgulas e repetições mentais que tanto me perturbam e que já mais consigo deixar passar em branco. Este imenso fundo nauseante, próprio de todas as vezes em que me atrevo a fechar os olhos, esta ausente e tão presente paz com que nem eu próprio sei dialogar.
Não compreendo esta ausência de palavras preenchida por pensamentos tão banais quão complexos são. Esta falta de bom senso mental a que a mim me faz tão pouco confortável, esta diarreia de controlos sem controlo existente que me comandam sei poder viver-me completamente e infinitamente como gostaria que pudesse ser.  

domingo, 16 de dezembro de 2012

Banalidades


Não é a saudade que me tortura, talvez este sentimento de incompletação. Esta vontade de me completar com um só elemento que tão essencial se tornou. Este velejar contra o vento incapaz de ser eficaz, esta beleza trémula que tão intensa se tornou e que a mim tanto me transformou. Como aconteceu esta transformação que uma das coisas que mudou se designa como tudo e apenas o nada se tornou banalmente igual. Todo este som que ouço e que apenas uma coisa me faz relembrar a cada minuto. Será tudo isto tão banal quanto complexo se tornou...?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Volumosa desorientação


Esta interminável sensação de insatisfação que me poe desconfortável. Este silencio barulhento em que apenas penso naquilo que menos parece normal.
Não será apenas um passatempo de conversas, existira algo mais que possa ser produzido sem que as conversas sejam alvo desta substituição. Não pretendo criar uma argumentação em que explique os porquês de ser, mas sim explicar o que realmente é... este energúmeno e inexplicável volume de perturbação onde toda a ordem desaparece e nada parece estar no sitio onde deveria estar. Desorientação que me rouba todo o oriente e apenas me deixa um único horizonte, como se nada mais existisse e apenas uma direção fosse passível de aceitar. Este pensar interminável bloqueador de toda a criatividade mental, viciante de toda a imaginação que possa existir, esta perversidade indomável que me deixa perverso e que deixa tudo o resto comparável a um deserto onde nada mais existisse para além de pequenas miragens que passam de verdadeiras a falsas à medida que cada poeira se levanta.  

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Faltar


Saboreio o teu olhar como se de ti nada pudesse tirar. Esta tal diferença que me fazes sem saber como nem porque. Este corripar de lábios que nenhum de nos teve e ambos queremos em que apenas eu sei o quanto me envolves. Esta prisão de desejo que me deixa a querer ser livre dentro do teu corpo e apenas eu sei como te envolveria. Desceria aos baixios mais profundos onde tudo é alto e intenso, onde criarias uma espécie de indiferença em relação a tudo e a falta daquilo que te envolve te envolveria cada vez mais.
Que espécie de crença esta que nem eu sei a que deus percebe, este divino que seria tão maravilhoso onde o clima seria tão quente e oleoso... Esta intimidade obscura, tão escura, em que nem eu próprio conseguiria ver tanta perturbação física. Sentiria-te sem perguntar se podia, e tu a mim me farias tudo o que eu te faria, mutuamente e sem pensarmos se poderíamos mesmo fazer tudo aquilo.
Não é um sonho, apenas algo que se pode realizar. Este faltar onde nem eu próprio consigo parar de pensar, esta perturbação psicológica que nem eu próprio consigo minimamente controlar. Esta realidade de puro ar pertencente a dois seres que tanto sentem este calor que os impossibilita de respirar. Que visões estas que me deixam sem conseguir ver mais nada, que formas estas que me deixam sem querer sentir mais nada... Esta apenas imaginação perversa que me deixa tímido sem me perguntar se sequer me pode intimidar... Apenas um pairar de tudo em que nada existe e apenas tu me preenches sem eu próprio querer que o faças.